É bem comum a publicação de textos que revelam e explicam como se dão as relações entre pais e filhos, sendo os filhos crianças ou adolescentes. Pense no seguinte: você já leu algo que trata especificamente a relação entre mães e filhas adultas? Então se prepare!
A relação entre a mãe e a filha adulta é, em alguns momentos, marcada pela coexistência de extremos: a separação e a aproximação, o conflito e a cumplicidade, desencontros e encontros, a busca de diferenciação e a descoberta de semelhanças.
O relacionamento entre mãe e filha é importantíssimo para o desenvolvimento da identidade feminina de ambas as partes. Por sua vez, essa mesma identidade interfere e define como se dá o relacionamento. É fato que as mulheres, em sua maioria, mantêm a identificação com a mãe ao longo da vida. A referência materna é que faz com a filha construa o que é ser mulher. Em contrapartida, a mãe se identifica intimamente com a filha e projeta nela os seus sentimentos, normalmente em busca de uma realização pessoal.
Há muitas relações entre mães e filhas onde se estabelece uma parceria gratificante e segura. Em outras situações, esse relacionamento pode ser excessivamente turbulento, com manifestas dificuldades de comunicação e aceitação mútuas. Esse tipo de relação é delicado e negativo, pois gera em ambas as partes sofrimento e interferências ruins para a vida de cada uma delas, individualmente. Em casos como esse, é freqüente o trabalho da relação em um processo psicoterapêutico.
Os questionamentos mais comuns das mães são: “Será que a minha filha será uma mulher independente?”; “Será que conseguirei apoiar a minha filha em algo que ela deseja, mas que eu não concordo?”; “Considero-me capaz de diferenciar o sucesso ou insucesso de minha filha do meu próprio valor enquanto mãe?”. As filhas, por suas vezes, têm como principais questões: “Tudo o que está acontecendo em minha vida pode ser atribuído à relação que tenho com minha mãe?”; “Conseguirei aceitar minha mãe enquanto um ser perfeitamente imperfeito?”.
Mães e filhas devem compreender que o que vivenciaram enquanto a filha era criança ou adolescente passou. Focar nossa atenção no que poderia ou deveria ter sido, ou seja, nos “se’s”, ou ainda em um depósito de mágoas e arrependimentos não fará bem a nós mesmas. Ter foco no presente e investir na relação atual é um “santo remédio”, especialmente se as relações entre mães e filhas forem pautadas por respeito mútuo, compreensão e amizade, aceitando-se como são, perfeitamente imperfeitas.