A menopausa pode ser resumidamente definida como sendo o fim da capacidade reprodutora feminina, já que há a cessação hormonal nos ovários e a extinção da menstruação. A menopausa é o encerramento do período de modificações no ciclo menstrual e pode se manifestar de formas variadas de mulher para mulher. Ainda assim, é possível dizer que esta traz uma série de sintomas e consideráveis mudanças físicas e psicológicas para quase todas as mulheres. Essas alterações são vivenciadas com maior em menor intensidade e duração, mas independente disso, essas mudanças são sentidas como uma nova fase na vida da mulher e na vida de quem com ela vive.
Um dos sintomas mais populares na menopausa diz respeito aos calores súbitos, que são extremamente frequentes no primeiro ano após a última menstruação. Esse sintoma é descrito como “uma onda de calor inesperada e repentina”, normalmente seguida de rubor da face, pescoço e peito, além da desconfortável e intensa sudorese. O calor súbito é muito inquietante, visto que pode não somente interferir no sono da mulher, mas também no sono do parceiro quando essa onda de calor acontece no período noturno.
Sexualmente falando, a chegada da menopausa pode diminuir o desejo sexual e a libido da mulher. Esta pode passar a simplesmente não se interessar mais por sexo. É bem comum me deparar com queixas desse nível no consultório. É notório que a paciente sofre e sente um grande mal estar diante dessa situação, especialmente porque o parceiro também arca com as consequências da menopausa, nesse sentido. É interessante dizer que estas queixas, na sua maioria, encontram proveniência nas alterações físicas e fisiológicas que ocorrem durante e após a menopausa. Vejamos as principais:
Secura vaginal – A partir da menopausa, ou seja, quando a mulher vivencia a diminuição da produção hormonal, o corpo feminino sofre uma severa redução da capacidade de lubrificação. Desse modo, a relação sexual passa a ser, ao invés de prazerosa e satisfatória física e mentalmente, incômoda a até mesmo muito dolorosa para a mulher, podendo gerar pequenos ferimentos e sangramentos. Associado à secura, ocorre ainda a diminuição do espessamento das paredes vaginais, podendo intensificar a dor sentida no ato. O sexo passa a ser associado à dor, o que faz com que seja constantemente evitado.
Alterações de Humor – As alterações hormonais geram mudanças não somente no campo físico, mas também no psicológico. Sintomas como irritabilidade, ansiedade e até depressão podem se tornar comuns e rotineiros na mulher em menopausa. Tudo isso faz com que a mulher não mais se disponibilize emocionalmente para o ato sexual, o que fará com que ela deixe de ter desejos. Com isso, as mulheres se sentem ainda mais deprimidas, muitas vezes passando a tomar antidepressivos, o que faz com que o desejo sexual das mesmas se torne ainda mais reduzido.
Autoimagem – A autoimagem é um fator determinante para o bem estar tanto no homem quanto na mulher. Por isso, obviamente, esta pode interferir no desejo sexual das pessoas. Quando a mulher entra na menopausa, ela está vivenciando uma fase distinta de sua vida; um período de muitas transformações e que exige muito dela. A menopausa pode gerar aumento de peso, perda de elasticidade da pele, incontinência urinária, entre outros sintomas, e tudo isso pode afetar em larga escala a forma como a mulher se vê e se sente a nível sexual. Quando a mulher não se sente bem com o próprio corpo, ela acaba não conseguindo se doar sexualmente. E isso compromete o desejo sexual.
É crucial reconhecer que os fatores anteriormente mencionados são muito relevantes para a existência do desejo sexual. Não obstante, esses fatores não devem ditar o fim de uma vivência sexual satisfatória. A modernidade oferece à mulher uma série de respostas para superar estas barreiras. Além do acompanhamento médico, o acompanhamento psicológico pode ser uma ferramenta ímpar para auxiliar a mulher e o casal a obter uma vivência sexual mais satisfatória e feliz.