Desenvolvendo comportamentos positivos nas crianças

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Uma regra bem importante é ser consistente nas regras que deseja inserir, recorrendo a recompensas positivas, como carinho, elogio, um tempo de brincadeira com os pais, entre outros, sempre que a criança desencadear o comportamento que o adulto deseja;

Logo após a emissão de um comportamento positivo pela criança, a resposta do adulta precisa ser imediata. Caso a resposta não seja contígua a um bom comportamento, a criança não conseguirá associar a recompensa com o comportamento e dessa maneira a sua manutenção será prejudicada;

Quando um padrão de comportamento vai ser ensinado, é fundamental que a orientação seja direta e clara. É fundamental que seja dito exatamente o que se espera da criança, como por exemplo ” brinque com seu amigo sem brigar”.

Os comportamentos que precisarem ficar evidentes de uma maneira mais constante, devem ser reforçados com uma frequência maior (elogios, recompensas, atenção positiva, etc.)

As consequências devem ser significativas, bem como as recompensas e punições têm que ser adequadas à criança. As recompensas não são padronizadas para todas as crianças. Por isso, os pais devem ser cuidadosos e analisarem o que agrada ou não o filho;

Permita que a criança evidencie o que deseja de recompensa e cumpra o desejo da mesma na medida do possível;

Quando elogiar uma criança, se abaixe, colocando-se à altura da mesma. Além disso, usufrua de sorrisos, afetividade e entusiasmo;

Quando elogiar, seja específico. O elogio deve seguir com uma explicação sobre o que a criança fez de positivo para merecer o mesmo;

O comportamento que quer implementar na criança não tem que ser perfeito para que ela mereça o elogio. Elogiar o esforço realizado e as etapas da execução da tarefa são atitudes interessantes;

Não tema que o elogio em excesso seja mau para a criança, tornando-a mimada ou presunçosa, ou que passe a depender tanto de reforços exteriores que os peça a toda a hora e precise cada vez mais deles. As crianças que são elogiadas se apoderam do reforço positivo e desenvolvem uma autoestima positiva, sentindo-se competentes, confiantes, tendendo necessitar de menos elogios.

Minha vida de consumo imediato!

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O celular nos desperta. Aciono o soneca para poder dormir mais dez minutos, que são os dez minutos mais gostosos do mundo. Novamente o celular toca. É hora de levantar e correr para o trabalho. Horas depois, é hora de correr para o almoço e rapidamente voltar para o trabalho. Em seguida, corro para a faculdade ou para buscar os filhos na casa da avó. Depois, corro para comprar uma nova televisão, porque a minha está pequena e ultrapassada e corro também para comprar um novo celular, mais repleto de tecnologias e mais veloz.

A sociedade moderna vive dessa maneira, a mil por hora, procurando algo que nem sabemos ao certo o que é. Consumimos produtos e tecnologias que também entram em nossa vida de uma maneira exageradamente acelerada e rapidamente os descartamos alegando que eles não nos servem mais por uma qualquer razão que criamos com muita facilidade. O consumo é algo imediato, centralizado no prazer e na necessidade de ter, tão presente no tempo em que vivemos. Até mesmo as palavras que usamos em nosso dia a dia nos denunciam: não tenho tempo, não tenho dinheiro, não tenho saúde, não tenho carro, não tenho amor. Esse comportamento dá margem para que acreditemos que vivemos centrados no consumo: tenho que ter aquele carro, aquela roupa, aquele eletrodoméstico, aquele celular. O que temos é uma espécie de espelho do que nós somos.

E para termos, temos que produzir. Por isso, corremos para o trabalho para produzirmos e sermos eficientes, realizando um máximo de atribuições em um mínimo de tempo possível. Fazemos isso para que sejamos valorizados e tenhamos dinheiro para consumir rápido com o que ganhamos a produzir rápido.

Desse modo, nos educamos e educamos nossos filhos com os verbos ter e fazer, sem que exista praticamente nenhum espaço de reflexão. Somos educados desde muito jovens a estudar e ter boas notas, pois dessa maneira temos condições de entrar em uma boa faculdade. Com uma boa formação acadêmica, temos condições de conseguir uma boa oportunidade de emprego. Em um bom trabalho, temos a capacidade de produzir muito, pois dessa maneira temos condições de dar aos nossos filhos uma boa educação. E o ciclo se repete.

A questão é que em tempos de crise, tal como o que estamos vivendo, tempos estes que são dolorosos para a maioria das pessoas, precisamos refletir sobre algo: esse modelo de consumo não pode continuar sendo sustentado. Por quê? Se nos centramos e nos definimos enquanto pessoas e enquanto grupo de acordo com o capital que produzimos, o que nós somos sem dinheiro? Quem eu sou sem as coisas que consumo? O que eu posso fazer senão correr para produzir algo para ter condições de consumir? O que eu faço agora?

A cada dia, esse tipo de questionamento se torna mais comum em consultórios de psicologia. Os sistemas familiar e conjugal, sistemas ricos da transformação humana, têm sofrido mudanças intensas. Em uma sociedade focada no consumo e no prazer imediato, a noção de mudança não é encarada de uma maneira positiva. Na vida a dois, a correria também é frenética, já que desejamos ter agora, de modo a nos satisfazermos. As relações devem ser fáceis, leves e devem nos preencher. Estas não têm que ser difíceis e trazer sofrimentos, do mesmo modo que não comprar o veículo que desejávamos não deve trazer frustração. As relações podem ser fáceis, desde que não compreendamos que fácil significa sem conflitos, sem ajustes, sem mudanças, sem esforços. A habilidade de mudar mantendo o que nos é essencial é uma das maiores ferramentas para a felicidade a dois. Somente com o esforço podemos nos construir, seja individual ou coletivamente, para que não criemos uma dependência do que temos, mas sim do que somos. Fazemos parte de diversos espaços que satisfazem a nossa necessidade de pertencer a algo maior: casamento, família, amigos, a sociedade. São estes espaços que nos permitem compreendermo-nos e amarmo-nos, possibilitando a construção de uma relação sólida com nós mesmos e é isso que permite que recebamos e forneçamos amor aos outros, construindo relações felizes e favoráveis para nós mesmos e para as pessoas que amamos.

A terrível (e temível) culpa!

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A culpa é indiscutivelmente uma das emoções que mais incomodam as pessoas. Sentir culpa é nada mais nada menos que uma tendência à reprovação de nós mesmos, e não simplesmente reconhecermos que somos responsáveis por um desfecho desagradável. Quando assumimos a responsabilidade de algo, nos damos conta e aceitamos que nosso comportamento precisa ser melhorado. Desse modo, passamos a atuar de maneira diferente e mais funcional.

Já a culpa assume o formato de um conjunto de afirmações gerais acerca de nós mesmos – “vai ser tudo horrível”, “sempre vai dar errado”, “é sempre a mesma coisa – que raramente é preciso e direcionado para comportamentos concretos. Como consequência, vivenciamos um mal estar que não permite o nosso crescimento. Não obstante, a maioria das pessoas acreditam que a culpa serve justamente para permitir a melhora e o desenvolvimento de um novo comportamento. Mero engano.

É a experiência que revela algo diferente. “A culpa está para a aprendizagem como o pânico está para uma resposta imediata de fuga: são respostas tão exageradas que perdem por inteiro a sua eficácia”.

O medo, por exemplo, desencadeia uma série de reações em nosso organismo que podem assegurar as condições motoras para evitarmos uma situação de risco. Já o pânico, tende a nos manter paralisados, além de gerar descontrole. De maneira semelhante, se a responsabilização nos leva a uma atitude ativa de mudança, em contrapartida,a  culpa faz com que a ideia de voltar a sentir a sensação desagradável nos paralise e voltemos a reproduzir o comportamento inadequado. Sendo assim, quando voltamos a nos depararmos com a situação desencadeadora de culpa, as respostas que teremos serão exatamente as que já tínhamos e consequentemente voltaremos a nos sentirmos culpados. É, realmente é complexo!

A literatura de Freud afirma que a culpa é uma das principais emoções desencadeadoras de sintomas depressivos. Isso é tão expressivo, que o próprio DSM-IV, um dos principais manuais utilizados na psiquiatria, considera a percepção excessiva da culpabilidade como um dos sinais a ser considerado no diagnóstico da depressão.

Então, reflita: tem se sentido constantemente culpado? As pessoas afirmam que você é muito duro consigo mesmo? Culpar-se é adoecer!

Orientação profissional: eu necessito?

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A adolescência é uma etapa que traz consigo uma série de mudanças físicas e psíquicas para o indivíduo. É bem comum que na adolescência, esse sujeito tenha que tomar uma das decisões mais importantes de sua vida: o direcionamento do caminho escolar para que este seja compatível com o seu futuro profissional. Esse processo é frequentemente acompanhado de dúvidas, angústias, incertezas, medos e erros. Até certo ponto, é normal também uma dose de ansiedade, já que esta decisão permitirá a evolução desse indivíduo.

Por isso, é muito importante deixar claro não somente para os adolescentes, mas também para os pais, que é natural que a indecisão surja no momento da escolha por uma caminho profissional, não porque há desinteresse pelo futuro, mas sim porque essa é uma fase que exige uma intensa reflexão, o que é bem saudável.

Desse modo, se existem grandes dúvidas quando o adolescente está no terceiro ano do ensino médio, ou ainda na vida adulta, em etapas cruciais de escolhas relativas às áreas predominantes de estudos, é interessante que essa pessoa invista e recorra aos profissionais da psicologia que trabalham com orientação profissional.

Nesse processo, são levantados os interesses, ou melhor, as áreas pelas quais esse sujeito demostra maior gosto e motivação, bem como suas aptidões, que são as atuais capacidades desse indivíduo em diferentes áreas. São discutidas e trabalhadas as expectativas e receios, as características pessoais e os requisitos das atividades profissionais, para que nesse processo de construção da identidade profissional fiquem evidentes as motivações intelectuais, emocionais e afetivas integradas à identidade pessoal desse sujeito.

Certamente, durante esse processo, o indivíduo desenvolve competência suficiente para assumir o papel ativo na escolha, para cultivar o espaço de decisão, para movimentar-se nele com confiança, liberdade e prazer, bem como com a autonomia de quem constrói o próprio caminho.