A imagem corporal é única. Ela é oriunda de um cruzamento de inúmeras hipóteses genéticas, de características diversas e com certeza é uma carteira de identidade para a vida, visto que ela é peculiar e intransmissível.
A cor do cabelo, dos olhos, a altura, o tamanho dos olhos, a espessura dos lábios, o comprimento dos membros, enfim, nossas características corporais são particularidades que em conjunto ditam como nos relacionamos com nós mesmos e com os outros. É importante salientar que muito mais do que expomos ao mundo, a imagem corporal corresponde à experiência interior que cada um de nós tem com o próprio corpo. A imagem corporal faz com que nos apoderemos de crenças, percepções, valores e pensamentos.
Quando de alguma maneira não estamos satisfeitos com nossa imagem corporal, trazemos à tona dificuldades como aceitação pessoal e problemas para nos relacionarmos com as pessoas e com o meio. Isso faz com que sentimentos de baixa autoestima, de desvalorização pessoal e de inadequação surjam com intensidade, trazendo como consequência a autodepreciação, o que é um primeiro passo para a depressão. A percepção da feminilidade / masculinidade também fica comprometida, já que sentimos que as nossas características físicas não são compatíveis com o que é esperado socialmente para o nosso gênero. Essa percepção distorcida faz com que não tenhamos relacionamentos favoráveis com as pessoas ao nosso redor. Há ainda o surgimento de distúrbios alimentares, já que não nos sentimos satisfeitos com o nosso corpo. Por fim, complicamos até mesmo a nossa vida sexual, na medida que nesse momento, temos que nos expor ao outro e não nos sentimos confortáveis para isso. Nos sentimos feios, com um corpo inadequado, deselegante e disforme. Então, ao invés de termos uma experiência prazerosa, relaxante e satisfatória, acabamos por vivenciar uma prática de tensão e ansiedade. Aos poucos, tendemos a evitar ao máximo a intimidade sexual.
Diante de todo esse quadro, compreendemos que se faz completamente necessária a alteração das percepções que temos da nossa imagem corporal. Para isso, não basta nos olharmos no espelho. Se realmente desejarmos modificar a percepção que temos de nossa imagem corporal, precisamos “olhar” com profundidade para nosso interior. Devemos nos lembrar que a resposta não está em mudar o nosso corpo e sim modificar nossas crenças, percepções e o que pensamos acerca dele.