N. A. O. TIL – NÃO!

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É bem comum que em alguns momentos em que falamos “não”, este não seja compreendido como tal. Parece que o “não” é simplesmente ignorado ou despercebido. A consequência disso é um desrespeito com a nossa vontade, o que é ruim e extremamente incômodo. Diante disso, que tal ingressar em uma fórmula bastante eficaz?

Antes de qualquer coisa, é importante reconhecer que é bem provável que em muitas situações, nos inibimos a falar o “não”. Se isso realmente está acontecendo com você, tente compreender por quais razões isso ocorre, e registre esses motivos em um papel.

Nossa mente, em determinadas vezes, fabrica justificativas como “se eu falar não, serei rejeitado”, ou “irei magoar meu amigo”, ou ainda “sou egoísta”, quando pensamos na possibilidade de expor nossos desejos, pensamentos e sentimentos ou mesmo quando necessitamos relatar o nosso desagrado diante da atitude de alguma pessoa.

Atuamos dessa maneira por inúmeros motivos, dentre eles, nossa educação, nossos valores e costumes e nossa personalidade. Independente dessas circunstâncias, devemos nos manter firmes, pois cada um de nós tem o direito de pensar e sentir de formas distintas, assim como temos o direito de expressar nossas ideias e pensamentos. Temos também a nossa liberdade de pensamento e afirmação ao mesmo tempo que respeitamos a liberdade, perspectiva, convicções e crenças daquele com o qual interagimos.

Mesmo diante dessas explicações, ainda parece difícil falar não? Então, pratique o seguinte exercício:

Inicialmente, pense em uma situação em que você tenha se sentido desrespeitado e experimente expor o seu desagrado:

1º) Quando… (nesse momento, apresente objetivamente o comportamento que o outro teve, e que lhe perturbou). Exemplo: quando me interrompe e eu estou trabalhando…

2º) Os efeitos são… (agora, exponha como o comportamento desse sujeito afeta concretamente a sua vida ou seus sentimentos). Exemplo: … eu acabo me desconcentrando, pois a minha tarefa foi interrompida, e eu acabo sendo menos produtivo…

3º) Eu preferia que … (descreva o que você deseja. Não se esconda! Se revele!). Exemplo: …Por isso, me pergunte se eu posso parar e conversar com você naquele momento.

Além disso, podemos também inserir um passo intermediário, como “eu sinto…’, que deixará mais claro para nós e para os outros o que realmente sentimos, o que consequentemente diminuirá os mal entendidos acerca da origem dos nossos sentimentos. Certamente, devemos expor nossos sentimentos em um momento que for oportuno, ou melhor, quando a situação assim permitir.

Podemos colocar esse exercício em prática em variadas situações de nosso dia a dia, escrevendo em um bloco de anotações as alternativas que temos diante de cada situação que vivenciamos. Podemos ainda treinar com um amigo ou um familiar. A partir daí, basta nos aventurarmos a falar nossos “nãos”, respeitando a nós mesmos e aos outros.

Pensamentos sabotadores: o pior vilão de quem deseja emagrecer

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Como tenho observado que muitas pessoas vêm tentando emagrecer e por mais que invistam em dietas e exercícios, não têm êxito, tenho publicado textos com o caráter de educar a mente desses indivíduos, com o intuito de que eles se condicionem a pensar de uma maneira mais funcional e favorável diante da meta de emagrecer. Sendo assim, hoje falarei sobre um grande inimigo das pessoas que desejam emagrecer: os pensamentos sabotadores. Mas o que é um pensamento sabotador? Nada mais é que um pensamento que o incentiva a comer. Existem inúmeros pensamentos que fazem com que eu me permita comer, como, por exemplo, “eu sei que não deveria comer isso, mas hoje irei comer, porque tive um dia difícil”, ou ainda “vou comer bastante só hoje, porque irei em uma festa de aniversário. Na segunda recomeço a dieta”.

Por mais que você não tenha consciência, o pensamento sempre precede o ato de comer. Levar um alimento até a boca não é um processo automática. Antes de fazer isso, seu cérebro captou uma série de pensamentos que influenciam o que você iá fazer. É importante saber que os pensamentos sabotadores têm sua gênese quando você recebe um estímulo, ou seja, uma situação que estimula seu pensamento. E estímulos nos são enviados a todo tempo. Recebemos estímulos como a visão e o cheiro dos alimentos. Experimentamos ainda, sensações como a fome, sede ou o grande desejo de comer algo. Temos ainda os estímulos mentais, como pensar em comida, ler receitas culinárias, lembrarmos de um prato favorito ou simplesmente nos imaginarmos comendo. Lidamos constantemente com diversas emoções, como a raiva, a tristeza, a ansiedade, o aborrecimento ou a frustração, e esses sentimentos normalmente nos incitam a comer para buscar conforto ou nos distrairmos. Por fim, recebemos os estímulos sociais, já que muitas pessoas nos incentivam a comer ou ainda quando sentimos vontade de comer como as outras pessoas estão fazendo.

À medida que identificamos os estímulos que induzem o surgimento de pensamentos sabotadores, os quais nos levam a comer de maneira inadequada, podemos minimizar a nossa exposição a eles ou modificarmos a maneira de enfrentá-los. Tolerar a fome e o desejo incontrolável de comer; fazer as refeições pausada e tranquilamente, sempre sentados; lidar com as emoções de maneira produtiva e acreditar que realizar refeições saudáveis é uma condição muito mais importante do que comer para agradar as outras pessoas ou apenas para satisfazer um desejo momentâneo são procedimentos que, aos poucos, farão com que consigamos perder peso e manter essa perda a longo prazo.

É preciso ainda saber diferenciar a fome de outras sensações que, erroneamente, acabam sendo confundidas com a fome e que nos levam a comer, mesmo não sendo necessário naquele momento. Quando estamos verdadeiramente com fome, experimentamos uma sensação de vazio no estômago, normalmente acompanhada de ruídos. Já a sede faz com que sintamos secura na boca, secura esta que sugere que devemos tomar algum líquido. O desejo de comer, por sua vez, surge especialmente através de algum dos estímulos anteriormente mencionados, o que faz com que desejemos comer mesmo que tenhamos acabado de fazer uma refeição. Por último, o desejo incontrolável de comer faz com que sintamos urgência em comer algum tipo específico de alimento. Esse desejo vem acompanhado de uma grande tensão e uma sensação desagradável na boca, na garganta ou mesmo no corpo.

Reconhecer que vivenciamos todas essas experiências pode ser muito favorável para que tomemos a decisão certa sobre se alimentar ou não em determinados momentos. Lembre-se que é bem provável que em muitos momentos você usufruiu do alimento para se sentir menos tenso e mais relaxado. A decisão de não comer de maneira irregular também pode trazer esses benefícios.

Definitivamente, o inferno são os outros!

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Como bem disse Jean-Paul Sartre, o inferno são os outros. A cada dia tem se tornado mais evidente, em meu trabalho como terapeuta, que grande parte das dificuldades que as pessoas enfrentam, perpassam pela presença, julgamento, avaliação, aprovação ou rejeição das pessoas que as rodeiam.

Há alguns anos, quando comecei a atuar como palestrante, me desconfortava profundamente e me deixava ansiosa o fato de estar transmitindo conhecimentos e informações para pessoas que até então eu não conhecia. Por isso, às vezes me pego pensando se os locais onde eu palestrava estivessem vazios, se eu sentiria as mesmas dificuldades. É bem provável que eu me sentiria mais à vontade. O que mudava, então, era o local estar cheio ou vazio, ou seja, “os outros”. As pessoas reais e, acima de tudo, as que eu tinha na cabeça!

Certamente, você tem muitos familiares, amigos e conhecidos. Além disso, diariamente cruza com uma série de pessoas que não conhece. Isso nada mais é do que a vida em sociedade. Dependemos e vivemos uns com os outros. Mas voltando ao assunto anteriormente mencionado, normalmente a maior dificuldade de se expor não se deve às pessoas de “carne e osso”, e sim a representação que eu tenho dessas pessoas, os “outros” que ocupavam a minha mente e me levavam a ter pensamentos criadores de ansiedade. Muito antes do momento, já temos esta gente toda na nossa cabeça a causar ruído!

É importante termos clareza disso, pois se não conhecemos essa situação, não nos cuidamos, e se não nos cuidamos, acabamos por viver de acordo com os outros, tanto os reais quanto os mentais. As nossas metas, nossos objetivos, nossas preferências e desejos passam a ser das outras pessoas. Perdemos a nossa identidade e não sabemos mais quem somos a partir daí, e isso leva-nos a momentos complicados…

É lógico que as pessoas que nos cercam podem, em algumas situações, agirem de maneira que nos magoam. Mas, em grande medida, podemos “decidir” até que ponto o fazem. Nada mais é do que um exercício de liberdade! O grande segredo é que está ao nosso alcance não sermos afetados por elas. Como fazer isso? Em grande parte, estando aqui e agora… em contato constante conosco!