Para que um casamento seja feliz, são necessários dois componentes básicos: saúde psíquica de cada um dos cônjuges e saúde relacional. Esses dois quesitos fazem com que os parceiros se tornem disponíveis um para o outro e consigam viver em harmonia.
Antes de ingressar no tema casamento, é preciso saber que a primeira fase de um relacionamento maduro é o namoro. Este é uma etapa primordial para se chegar ao compromisso de constituir uma família. O casal verdadeiramente enamorado se une contra tudo e contra todos que de alguma maneira desejem interferir negativamente na relação. Pular a etapa do namoro pode se tornar um problema no futuro dessa relação, já que o casal não se permitiu conhecer um ao outro com maior profundidade.
Para que um casamento ocorra, há uma série de etapas bastante naturais: paquera, namoro, noivado, casamento, que são comuns em nossa sociedade. Esse processo se inicia na individualidade de alguém e chega à complexidade de uma família. Em nossa cultura, é esse o padrão de relacionamento e dificilmente existirá outro, pois esse tem sido muito eficaz para que possamos conhecer bem o nosso parceiro. Saiba que o casamento que acontece de maneira precoce, sem que o casal se conheça bem e pense em conjunto, tendo metas e perspectivas parecidas, pode ser um tropeço.
Um outro problema que tem se tornado comum na modernidade é o casal que tem um filho sem a devida maturidade. A gravidez e o nascimento de um bebê, nessa condição, pode ser um problema que fará com que a relação tenha seu futuro comprometido. Não existe um tempo ideal para que o casal decida ter um filho. Porém, é recomendável que este aguarde pelo menos dois anos após o casamento. Este tempo é oportuno para que o casal se conheça a partir da convivência diária, momento em que os cônjuges constroem uma verdadeira integração entre eles. Esse tempo é fundamental ainda para que o casal reconheça se a relação é consistente e saudável, o que são garantias da sobrevivência do casamento.
Muitas pessoas acreditam, infelizmente, que um filho diminui os conflitos do casal. Mero engano. Um filho pode acirrar, e muito, os conflitos na relação. Se um indivíduo já não tinha disponibilidade para o parceiro, ele terá muito menos para a construção de um ninho, e isso piorará com o nascimento de um filho.
A pressa em ter um filho já é um indício de imaturidade na relação. Esperar o tempo adequado para ter um bebê fará com que a educação dessa criança seja fornecida de maneira correta e devida. Saliento que o fato de um casal estar preparado biologicamente para ter um filho não quer dizer que este está também preparado para exercer o papel de educador. Os cônjuges que não desenvolvem a paciência para esperarem o tempo certo, dificilmente a terão para educar uma criança ou atender as necessidades de um bebê. A educação é uma construção a longo prazo. Igualmente, os resultados serão reconhecidos a longo prazo.
Quando um filho nasce, forma-se uma relação triangular, onde em cada ângulo encontra-se uma pessoa: pai, mãe e filho. E essa triangulação exige que saibamos nos dividir em dois ou mais pontos para usufruir de suas companhias. Essa tríade é bem forte e intensa, pois o casal que estava preparado para assumir a relação triangular se torna mais amacurecido e conta com o parceiro muito mais do que antes.
A relação triangular é maravilhosa e extremamente positiva, desde que cada um dos sujeitos esteja preparado para compreender que é possível conviver com os dois ângulos ao mesmo tempo ou com um de cada vez e aceitar que em alguns momentos, os outros dois desejarão ficar somente entre eles. Nesse momento, é preciso cativar o outro e fazer com que ele queira estar em sua companhia voluntariamente, desejando sempre repetir essa convivência. Isso é viver em família.