Choro muito! Estou deprimido?

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Chorar, mesmo que em grande quantidade, não quer dizer que estamos em depressão. Tristeza também não é sinônimo de depressão. Mesmo em fases bem ruins, onde tudo dá errado e nos sentimos desanimados, não quer dizer que ficarei depressivo. É importante que saibamos disso, para que quando estivermos passando por uma etapa difícil, não reconheçamos que o único recurso disponível é tomar medicamentos e mais medicamentos. Certamente, há momentos em que a tomada de medicamentos se faz necessária, mas isso não pode ser encarado como regra de conduta. Nesses momentos, é fundamental que foquemos na criação de estratégias e recursos pessoais para encararmos de maneira adaptativa e saudável as situações que nos perturbam e não permitem que atuemos de uma maneira otimizada.

As emoções negativas fazem parte da vida de qualquer ser humano. Elas são imprescindíveis não somente para fazer com que nos desenvolvamos como pessoas, mas também para que valorizemos com mais intensidade as boas fases da vida. Além disso, elas têm uma função de saúde, na medida que protege-nos de ameaças externas e/ou internas, alertando-nos para situações que não estão completamente resolvidas, obrigando-nos a defender nossas necessidades. Tentar eliminar essas emoções através de medicamentos fará de fato com que estas fiquem mais amenas, mas ao mesmo tempo, todas as situações que geraram essas emoções continuarão exatamente da mesma maneira que estavam antes, ou seja, sem nenhuma resolução. Todas as vezes que interrompemos o fluxo natural de nossas emoções, sem nenhum tipo de análise, reflexão e compreensão, sem alterações à nossa abordagem à vida e releitura do que tem se passado conosco, estamos correndo um risco eminente de calar um fundamental e rico mecanismo que é parte básica de nós – as emoções.

Não estou querendo dizer com isso que devemos desconsiderar em 100% dos casos o uso de medicamentos. Pelo contrário. Há situações em que se fazem necessárias as intervenções psico-farmacológicas. A questão é que as pessoas têm a cada dia se apoderado mais dos medicamentos desse tipo sem a real necessidade desse uso. O uso desnecessário e descontrolado de medicamentos psico-farmacológicos podem trazer sérios prejuízos à própria saúde mental, a qual teoricamente iriam proteger. Por isso, a minha orientação é que você nunca use medicamentos psiquiátricos sem a orientação de um neurologista ou de um psiquiatra. Além disso, é interessante verificar se há a possibilidade de a psicoterapia ser efetiva por ela mesma em sua questão ou pelo menos um bom complemento para o seu caso. Pense nisso!

Sempre e nunca: palavras limitantes

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Sempre e nunca são palavras rígidas, inflexíveis e limitadoras de nossa experiência. O uso constante dessas palavras traz consigo um impacto opressivo em nossas ações. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse assunto?

Quando passamos por uma experiência sacrificante, como por exemplo um fim de relacionamento, é comum pensar que “nunca mais serei feliz” ou ainda “eu sempre vou sofrer nos relacionamentos”. Quando afirmamos isso, estamos generalizando nossa vida de uma maneira complexa, construindo um padrão que não se adequa com as experiências que vivemos no concreto. Isso faz com que só consigamos ver as situações que confirmam esse padrão. Qualquer experiência que vá contra o padrão que criamos é desconsiderada. Agindo dessa maneira, estamos fortalecendo nossas crenças negativas sobre nós, sobre os outros e sobre o mundo. Esse padrão é tão forte, que se passamos a acreditar que não conseguiremos um novo emprego, por exemplo, qualquer negativa que recebemos nesse aspecto se torna um alimento para a nossa crença inicial. Se acreditamos que sempre fomos azarados, iremos passar a ignorar os nossos momentos de sorte. Seja individual ou relacionalmente, sempre e nunca são termos que impedem nossa capacidade de mudança.

Quando adentramos nessa realidade paralela, obtemos a inadequada capacidade de distorcer o nosso passado e o nosso futuro, o que consequentemente afeta e prejudica o presente. A nossa vida afetiva nem sempre foi um desastre, já que mesmo em relacionamentos mal sucedidos, houveram momentos de harmonia. Um relacionamento que não foi à diante não é uma prova de que nunca seremos felizes. Essa situação se adequa a qualquer outro ponto de nossa vida.

Pensamentos com “sempre” e “nunca”geram emoções difíceis como a raiva, a vergonha, a tristeza, a culpa, entre outros. Estas emoções nos impedem de viver plenamente e reforçam nossas crenças ruins. Agindo desse modo, acabamos presos em nós mesmos, com a sensação de que nada mudará a nossa vida. Pense comigo: se eu ingresso e uma relação acreditando que em algum momento serei rejeitado, estarei na relação com uma expectativa inconsciente de que isso irá acontecer a qualquer momento. O mais curioso é que se isso não acontecer, criarei condições inconscientes para que essa rejeição aconteça. Isso ocorre porque bem ou mal, a rejeição é um terreno conhecido. O novo causa medo, e o novo nesse caso é que o meu parceiro me ame incondicionalmente, ou seja, as minhas crenças não serão confirmadas e eu entrarei em uma zona desconhecida, e por isso assustadora. Os meus comportamentos verbais e não verbais estarão influenciados pela emoção medo (da rejeição). Reconheço que quem já passou por uma situação decepcionante sente medo de viver tal situação novamente, mas ao mesmo tempo é preciso reconhecer que a vida nos oferece inúmeras possibilidades, desde que nos esforcemos para enxergar isso.

As palavras sempre e nunca são usadas com frequência no dia a dia. As pessoas que se comunicam a partir do estilo manipulador, usufruem dessas expressões para ganhar controle sobre o comportamento dos sujeitos a seu redor, limitando-os. Já no estilo passivo de comunicação, as palavras sempre e nunca aparecem em crenças que reduzem a capacidade do indivíduo, fazendo com que este reconheça que todas as pessoas são melhores que ele, o que torna o mundo um lugar ameaçador. O mais interessante é que quando nos comunicamos de maneira assertiva, esses termos não precisam ser utilizados em nenhum momento. Então, como ser assertivo? Basta que estejamos focados em fatos concretos no aqui e agora, mantendo-nos atentos às possibilidades de soluções para os problemas que surgem, aceitando as exceções e desconsiderando padrões de comportamento.

Faça a experiência!

Ser feliz não é só um direito: é um dever!

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Será que eu sou capaz de ser feliz? Será que a vida permite que eu seja feliz? Ou será eu que não me permito atingir a felicidade?

A felicidade pode ser completamente diferente de uma pessoa para outra. Existe uma grande variedade de preferências e valores que mudam no decorrer do tempo. Nossas prioridades e desejos também mudam em cada fase de nossas vidas.

Como seres pensantes, deveríamos nos permitir um pouco mais a felicidade. Quando nos amamos, nos cuidamos e nos respeitamos, estamos caminhando para a felicidade. Quando conseguimos entender melhor a nós mesmo e aos outros, passamos a viver de maneira saudável e nos sentimos capazes de ultrapassar os obstáculos que a vida impõe.

O caminho para a felicidade tem muitas pedras, sem dúvidas, mas volta e meia, encontramos atalhos que fazem com que atinjamos o nosso objetivo mais facilmente. Quando temos uma mente aberta frente às dificuldades, associada à capacidade de crermos em nós mesmos e nos outros, já que a confiança é essencial para construir qualquer tipo de relação, a alegria nos atinge de uma maneira única e intensa, fazendo com que nos sintamos capazes e desejantes de enfrentar novos desafios.

Da mesma forma que o sol nasce em todas as manhãs, ainda que em alguns ele não apareça por causa de neblinas e tempestades, devemos acreditar mais na vida e na nossa capacidade, bem como confiar nas pessoas que estão ao nosso redor. Pode ter certeza: a felicidade veio para ficar, mas para isso, ela terá que ser cuidada diariamente, como uma semente que precisa de água para sobreviver, crescer e gerar frutos.

Se não nos esforçamos para reconhecer esses pequenos sinais, somente no futuro nos daremos conta de que éramos felizes e não sabíamos. Quando deixamos a felicidade escapar, é um desafio recuperá-la. Não seja desatento! Não seja descuidado! Se esforce para ser feliz! Acredite em você! Acredite na vida! Tenha fé!

Ser feliz é uma arte!

Cônjuge: um grande parceiro na luta contra o estresse laboral

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A modernidade tem feito com que a cada dia as pessoas se tornem mais estressadas. Uma das fontes mais comuns de estresse é o trabalho, mal este que não atinge só o profissional, mas toda a família deste. Sendo assim, um cônjuge apoiante é sem dúvidas um excelente elemento de estabilidade. No entanto, quando ambos cônjuges estão expostos ao estresse laboral, como essa família fica?

O estresse laboral certamente causa um grande impacto em todo o sistema familiar. Por isso, ele é considerado como um dos principais fatores desencadeantes do divórcio na atualidade. A vida moderna tem feito com que ambos os cônjuges tenham que trabalhar e com isso se submetam a grandes níveis de exigência laboral. Por isso, é de fundamental importância saber quais as possíveis consequências do estresse no sistema familiar.

O bem estar resultante de cônjuges apoiantes tem sido perceptível em vários estudos, como por exemplo em uma pesquisa realizada por Wayne Hochwarter, da Universidade Estadual da Florida – College of Business, onde foi constatada a importância do apoio do cônjuge, independente do nível de exigência laboral e do emprego. Esse estudo constatou ainda que casais que relataram elevados níveis de estresse, mas com grande apoio conjugal, demostraram diversos benefícios no sistema familiar se comparados com casais com alto nível de estresse sem apoio conjugal. Estes benefícios seguem:

  • Menor sentimento de culpa associado à negligência familiar ou doméstica;
  • Probabilidade de menos críticas à família (cônjuge, filhos);
  • Maior índice de satisfação com o casamento;
  • Alta do nível de satisfação com relação à quantidade de tempo vivenciado com os filhos.

O mais curioso é que um cônjuge apoiante não interfere positivamente somente no sistema familiar, mas também no trabalho do parceiro. Os benefícios seguem:

  • Relações mais positivas com a equipe de trabalho;
  • Menos cansaço após o trabalho;
  • Melhor percepção da progressão da carreira;
  • Maior nível de concentração no trabalho;
  • Maior satisfação no trabalho.

Quando os cônjuges não conseguem apoiar um ao outro, há uma grande probabilidade que estes voltem ao ambiente de trabalho ainda mais estressados. É significante dizer que existem maneiras de apoiar que são mais favoráveis que outras e com isso bem mais efetivas:

  • Compreender que a comunicação entre o casal é completamente possível e indispensável, independente da circunstância;
  • Ter consciência dos níveis de exigência do trabalho diário do cônjuge;
  • Ser capaz de manter o cônjuge tranquilo e feliz, apoiando-o, alegrando-o e deixando-o calmo nos momentos em que ele não se sente dessa maneira;
  • Reconhecer que a agressividade ou o afastamento só comprometerão ainda mais a comunicação entre o casal;
  • Não criar uma competição de quem teve o pior dia;
  • Evitar se queixar por acontecimentos pouco relevantes no ambiente de trabalho;
  • Não ter uma atitude exigente;
  • Não guardar mágoas do cônjuge acerca do que ele fez ou deixou de fazer.

Quando ambos os companheiros estão estressados no ambiente de trabalho, o que a cada dia se torna mais comum, ainda assim é relevante pensar em estratégias para auxiliar o cônjuge. Casais bem sucedidos costumam “guardar” uma reserva de energia para dias exageradamente exigentes.

É importante também reconhecer que homens e mulheres apresentam maneiras de apoiar e serem apoiados. Mulheres costumam gostar muito de serem auxiliadas nas tarefas domésticas, serem elogiadas e receberem carinho. Já os homens costumam responder positivamente à oferta de ajuda e também gostam de se sentirem apreciados, além de necessários. Fato é que ambos gostam muito de receberem auxílio do cônjuge no que diz respeito a terem um tempo de descanso longe do trabalho e dos problemas familiares. Vamos colocar essa tarefa em prática?

Decisões em família: uma boa alternativa!

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Apesar de ser positivo e saudável, manter o equilíbrio familiar nem sempre é uma tarefa simples. Esse equilíbrio se torna ainda mais complicado quando os pequenos passam a assumir um papel ativo no espaço familiar, reagindo de acordo com o meio e também pelos próprios desejos.

Com o crescimento das crianças, surge uma outra instituição que interfere diretamente em sua atuação: a escola. Desse modo, faz-se necessário o acompanhamento parental ao nível do percurso escolar, já que esse acompanhamento influencia diretamente no desenvolvimento mais ajustado das crianças. Isso pode ser feito através de visitas regulares e participação nas atividades promovidas pela escola.

No decorrer do desenvolvimento da criança, os pais não devem deixar de acompanhar o desenvolvimento desta na escola. Pelo contrário: é importante o encorajamento, a motivação e o reforço contínuo para o progresso educativo dos filhos, que podem ser evidenciados através da participação ao nível dos para casas e o compartilhamento de situações e tarefas escolares no ambiente familiar. Quando os pais se comportam de maneira ativa, os resultados são surpreendentes: os comportamentos desfuncionais e até mesmo agressivos das crianças, assim como o humor depressivo e a ansiedade diminuem consideravelmente. Concomitantemente, são observados comportamentos favoráveis socialmente, como atitudes de cooperação e autocontrole.

À medida em que as crianças vão crescendo, os problemas também crescem. Não obstante, por mais que surjam novos desafios, é crucial que os pais continuem participando ativamente da vida dos filhos, fazendo com que estes se sintam fortalecidos para buscarem o caminho da autonomia. Vários estudos revelam que as crianças começam a participarem das decisões familiares entre os 09 e os 14 anos, sendo que se tornam mais ativos nesse processo entre os 15 e 20 anos. Esta participação está diretamente relacionada ao grau de abertura dos pais, que permitem ou não que os filhos se tornem participativos nesse aspecto.

A tarefa de tomar decisões entre pais e filhos não é fácil, mas ao mesmo tempo, fundamental para que os filhos se desenvolvam em um ambiente que permitirá com que eles consigam tomar decisões mais acertivas na vida adulta. Na adolescência, os jovens conseguem tomar algumas decisões sozinhos, especialmente no que diz respeito à aparência, trabalhos escolares e atividades sociais. Contudo, ainda contam com o apoio dos pais nas decisões relacionadas ao dinheiro e saúde, o que sugere que há um desenvolvimento da autonomia de maneira progressiva em relação a estas áreas.

Salienta-se que não há um padrão mais favorável para a tomada de decisões. Este processo é uma consequência do desenvolvimento da independência e responsabilidade dos adolescentes, de acordo e relacionado com o tipo de decisões que enfrentaram no decorrer da sua vida e das consequências que foram proporcionadas.

Desse modo, família, se esforce para tomar decisões em conjunto!